Insights de Cabeceira 2
Na cartilha da árvore foram escritos aprendizados. Primitiva bruta refinada verdade, que egos agitados passam sem ver. Mas quereriam saber? Ou estariam por demais cheios? E se cheios, cheios de quê?
Excessos afastam e separam pessoas, excessos de si dissolvem pontes, quebram receptividades, se tornam asperezas para o contato. Faltas afastam e separam pessoas, sobretudo duas: a falta de presença e a falta de cuidado (de cuidar) com o que se oferece, emite, comunica. Entre o que se leva para o outro e o que se recebe do outro a questão não está na medida, é qualitativa. Excessos e faltas são cartas de desimportar.
No excesso e na falta, erros não são revistos. Se todo mundo erra, e faz parte, não reconhecer e não se reposicionar é banalizar, e ilhar. Quem fere alguém com o que foi ferido por outrem, reconhece o alguém ou perpetua o excesso ou falta de outrem? Quem quer ser regado mas o outro seca intenciona jardim no deserto?
Barcos não navegam em pedras, não há o que se mendigar, a fronteira é clara: saber olhar, saber escutar, saber reconhecer, saber comunicar, saber cuidar. O segredo da cartilha da árvore é a mutualidade escolhida como sentido; fora dos desencontros dos excessos e das faltas só se mergulha despido.