Hibisco em Aquarela

Azulava o dia como borda de pétala

orvalhado de renascimento,

tamanha chuva e tempestade trepidada

sobre a textura do casulo da lagarta,

como mantinha pendurada o sopro de nova realidade?

A força brutalmente delicada

enovelara na minúcia da paciência

resistiu a cada tempo em sinuosidade

Abrir mão de velhas estruturas

do rastejo lento, tornar-se nua.

Aceitar sem espera o destino do vento

e na escuridão dos pesadelos relampejados

transpor o estado a outro

sem deixar destroçar-se em nada.

Para cada gota de passado, a liberdade das asas,

para cada textura de dor, a cura pela suavidade,

mesmo que o coração gire feito um catavento

a vida primavera no novo, e acontece.

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