changes and chances
Parou bem à porta do portão. A garganta de tanto tempo apertada, por agora se soltava:- Ô de casa!Era seu passe livre. Deixava de lado as chaves da culpa e das dívidas, via tudo como um céu limpo, temporário e livre. Se desencaixotava.- Tô de saída, quer dizer, de chegada. Aquele probleminha da retina, que coisa, tá curado. Tentei deixar tudo melhorado, mas vê que remédio pra bem ver não compra na farmácia.Silêncio do outro lado.- Olha, de tudo muito obrigada. Mas tem uma estrada ali que só vai existir se meus pés caminharem.E deixou à tranca do portão um balão de ar vermelhinho, que ao vento se soltava.