Quanto mais ou ainda...
Quanto tempo ainda levaremos para desapegarmos da frágil necessidade dos discursos, dessa fala repetida, batida, cansativa de teoria, com paetês de intelectualidade, repleta de nós de gravatas mentais, limitada, apertada, fechada?Quanto tempo ainda levaremos precisando fazer clichê o não clichê, para esconder a intolerância às diferenças, para nos adaptarmos com moda às métricas? Essas métricas de inseguranças moldadas, essas métricas tristes, vazias, sem sentido, essas alegorias de ser, de fazer tipo, que tanto mais se inventa, tanto mais se separa... Esse pouco e distorcido uso da criatividade.Quanto tempo mais a beleza estando no triste, a verdade sendo amarrada ao passado, essa seita de ceticismo a ser simples? Quanto tempo mais bebendo o vício da melancolia, criticando tudo que não se propōe ao lamento, ou tudo que não se conjuga na regra?Quanto, quanto, mais ou ainda de tempo para se entender que a vida não melhora enquanto se culpa fora e não se responsabiliza dentro...?- Ó, minha fia, vi de pelto muita gente que dizia num gostá de gente boazinha, e reclamá se chamada de fofinha, e nunca vi gente por dentro mais sozinha que essas que se diz espelta.