o sentido

O sentido é assim: não conceitual.

Você pode passar uma vida inteira o procurando. Pode brincar de pescaria com ele. Pode inventá-lo e pixá-lo nas paredes para garantir que o tenha encontrado. Pode, inclusive, fantasiar-se dele. Ou quem sabe, mesmo, sustentá-lo, como bandeira, pátria, grito, estilo, título, currículo, filho, papagaio. E se for por aí... vai dormir triste, nada, vazio, reboliço, vai fritar o coração na chapa, reclamar que ninguém veio para salvá-lo, derreter os neurônios em mil teorias, e em todas refutá-lo.

Porque o sentido é sen-ti-do.

A menos de um mindinho abaixo do nariz, sempre esteve ali esperando que o percebesse, bem dentro do seu peito. Sussurando para você quem você é. Te levando a vencer seus medos. Projetando em tudo a volta seus piores pesadelos para que você conseguisse reconhecer que tudo a volta não tem o poder de jogar por terra o que é mais precioso dentro de você: ele mesmo, o sentido. E tendo ele, aconteça o que acontecer, você é forte.

Sinta o sentido, e vai se encontrar achado. Ele é intransferível e insubstituível. Dê as mãos ao sentido, qualquer coisa fora isso que não é verdade.

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