Do andar da marca do tempo

A porta das escolhas se colocava à sua frente assim, múltiplas maçanetas no trabalho da madeira encerrada. Era preciso segurar uma com dedos e palma, no aperto firme mover-lhe em abertura. Cada uma a seu modo, material, segredo, sentido. Cada qual com uma possibilidade de caminho distinto. Uma ou outra por engano parecida. Uma ou outra em alturas de extremos. Nenhum buraco nas fechaduras espiativo. Um molho de chaves, sem possibilidade de erro ou acerto, para encaixar em coerência em uma das maçanetas. Conforme o encaixe e o par de escolhas, um porvir e a porta ficando para trás.

O suor nas mãos despistado no roçar em aquecimento na pele. Como quem esfrega a lâmpada de um gênio e é responsável por seus pedidos, o atritar em si se fazia necessário para tomar confiança. O pensar bambo sintetizava flashbacks das portas anteriores àquela. Labirinto do tempo, sabia: estar ali já era consequência, ao menos daquela forma. As consequências por agora tornavam-se construção de ação diante daquela porta. O amadurecimento cobrava-lhe os cabelos do discernir. Queria o melhor risco, mas não poderia naquela porta das múltiplas maçanetas perder as barbas dos andaimes do prédio elíptico das suas escolhas.

O pulso trêmulo. Nenhuma etiqueta de certo ou errado. A sedução da curiosidade frente as maçanetas; em qual vestiria bem as digitais? No alto do portal, sinalizando a matemática dos andares do tempo, a plaquinha: definições. Um tilintar das chaves no molho e o suficiente ao insight:  era preciso escolher com gosto não pelo exterior da arquitetura, a coerência estava em sintonizar dentros.

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